Audiometria tonal diagnóstica nas escolas: testes ambulantes sem um ambiente insonorizado.

Sep 2022

O objetivo deste estudo de Swaneppel e colaboradores (2013) foi validar a audiometria tonal diagnóstica em um ambiente não insonorizado. No artigo, os autores explicam a recomendação da Academia Americana de Audiologia de realizar triagens em idade pré-escolar e escolar para detectar possíveis perdas auditivas permanentes. Segundo estudos anteriores, para cada 10 crianças que apresentam uma perda bilateral permanente superior a 40 dB nos serviços de neonatologia, outras 5-10 crianças apresentarão essa mesma perda aos 9 anos (Fortnum et al., 2001). A importância de identificar esses casos é vital devido ao possível impacto no desenvolvimento da linguagem e no desempenho escolar.


Foram comparados os limiares obtidos por meio de audiometria tonal de 149 alunos (54% meninas), com uma idade média de 6,9 anos (variando entre 5 e 8 anos). Os limiares foram obtidos por via aérea (de 250-8000 Hz) e por via óssea (de 250 a 4000 Hz) em um ambiente escolar e em uma cabine insonorizada. Todos os participantes apresentavam membrana timpânica intacta visível por meio de otoscopia e um timpanograma normal.


Os resultados mostraram uma diferença de 0,0 dB (com um desvio padrão (DP) de 3,6) entre o ambiente insonorizado e o ambiente natural para a audiometria tonal por via aérea, e uma diferença de 0,1 dB (DP = 2,9) por via óssea. Em 96% das audiometrias por via aérea e em 97% por via óssea, a diferença entre os limiares em ambos os ambientes foi entre 0 e 5 dB. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre as medições.


Como conclusão, os autores defendem que uma audiometria diagnóstica por via aérea e/ou óssea é possível e suficiente em um ambiente sem isolamento sonoro e com monitorização do som/ruído ambiental. A possibilidade de um diagnóstico imediato por meio da audiometria tonal em uma triagem escolar permite um encaminhamento eficiente para intervenção audiológica ou médica, quando necessário.


Referências:


Fortnum, H. M., Summerfield, A. Q., Marshall, D. H., Davis, A. C., & Bamford, J. M. (2001). Prevalence of permanent childhood hearing impairment in the United Kingdom and implications for universal neonatal hearing screening: questionnaire based ascertainment study. BMJ (Clinical research ed.), 323(7312), 536–540. https://doi.org/10.1136/bmj.323.7312.536 

 

Maclennan-Smith, F., Swanepoel, d., & Hall, J. W., 3rd (2013). Validity of diagnostic pure-tone audiometry without a sound-treated environment in older adults. International journal of audiology, 52(2), 66–73. https://doi.org/10.3109/14992027.2012.736692 

 

Swanepoel, d., Maclennan-Smith, F., & Hall, J. W. (2013). Diagnostic pure-tone audiometry in schools: mobile testing without a sound-treated environment. Journal of the American Academy of Audiology, 24(10), 992–1000. https://doi.org/10.3766/jaaa.24.10.10